quarta-feira, 21 de julho de 2010

Busca insólita.

Não sei se te busco
ou se deixo tudo
como está; arriscar
fundo, cair no mundo
é loucura, e se me frustro,
toda a ternura que me resta
entrará em extinção.

Será vão este brado
de falso amor; insana,
incerta paixão, mundana
sensação de velhos tempos;
urgente prioridade sem razão
de ser; apostar p'ra perder,
escrever p'ra não ter que ler.

Se, hoje, pareço forte,
é porque tive muita sorte
no percurso; perdi o norte,
por vezes, e lancei mão
de todo o recurso remanescente
dos dias de calmaria, de crescente
sensibilidade, afetividade, serenidade.

Cansa demais ter que amar todo dia;
empenhar carinho pelo que se faz
demanda atenção, aguçada
percepção; o doce sabor da decisão
acertada tem alto valor e curta
duração; não decidi se abuso
da chance de perder o bonde.

Quero correr e não sei
p'ra onde; espero te ver,
e não te incomodes se me sentires
longe de ti, mesmo que a um palmo
de distância; a inconstância nunca
deixou de ser minha marca registrada,
e nessa estrada não existe sinalização.

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